Giovanni Leviaant - Mago Cronomante

soren, do game "fire emblem"
Giovanni Leviaant

 Aquele era um pequeno vilarejo, formado por pescadores ao sudeste de Portsmouth. O povo daquela comunidade sobrevivia de pesca e não se importava com muito mais, pagavam seus impostos com peixes, pois o ouro, não tinha utilidade naquela comunidade, era descartável. Um clérigo de Tanna-toh havia construído uma igreja no povoado, mas logo após, contraiu uma doença e morreu. Nunca mais, um clérigo voltou ao local. Por essa razão, os pescadores, continuaram analfabetos e presos à suas vidas monótonas, naquele vilarejo sem nome.
Perto do rio que alimentava o vilarejo, um jovem pescava. Seus olhos eram de uma escuridão intensa, igualada apenas por seus cabelos revoltos, seus braços e peito nus, mostravam inúmeras cicatrizes que se abarrotavam, tentando chamar a atenção dos que observavam o seu corpo. Aquele jovem tinha apenas 14 invernos, mas aparentava mais. Pois teve uma vida difícil. Naquela terra os primogênitos já nasciam homens e precisavam aprender o oficio desde pequenos. Aquele era Luram e se ele fosse o protagonista dessa história, talvez ela não fosse tão patética.
Luram era irmão mais velho de Giovanni e o ensinou tudo. Aprenderá a ler, sozinho, na igreja abandonada do antigo clérigo de Tanna-toh. Ele sabia que o povo do vilarejo venerava Azgher, não porque conheciam o Deus-Sol, mas porque viam o Sol todas as manhãs, o Sol lhes fornecia calor e proteção contra os animais noturnos. Aquele era um povoado pequeno e suas crenças não poderiam ser diferentes. Mas Luram não era estúpido, ele sabia dos deuses e ensinava ao seu irmão tudo aquilo.
No fim de cada tarde, Luram seguia até o antigo templo de Tanna-toh, acompanhado pelo seu pequeno irmão. Era uma biblioteca pequena, não mais que 300 livros, mas com uma variedade imensa de contos e anotações, obra de um servo dedicado. Ali, Luram aprenderá tudo o que sabia sobre os reinos, deuses, magias, guerras. E ensinará tudo ao seu irmão.
No fim de uma noite, de Verão:
 – Conte-me de novo a história do meu nascimento.
– Disse a criança.
– Você não cansa de ouvi-la, não é? – Era Luram. Repetindo a história, ao seu irmão. A história não era longa, e talvez um pouco exagerada, falava de como Luram fez o parto do seu irmão, pois o inverno o deixará preso em uma cabana, junto à sua mãe.
– Nossa, as suas histórias são as melhores!
– É a sua história também, Giovanni.
– Mas você fez todo o trabalho, um dia eu também serei um herói!
 – Eu também serei. Tornarei-me o maior clérigo de Arton!
– É por isso que você ler tanto? E conhece todos os deuses, certo?
– Eu não conheço todos os deuses, eu conheço apenas 20, os mais importantes. Mas ainda tenho que aprender muito, Giovanni. – Luram falava animado.
– Mesmo assim é muito mais do que eu! Eu queria ser inteligente e forte como você – Como toda criança, Giovanni era impetuoso. – Eu não sou bom em nada!
– Você é bom em matemática, bem melhor do que eu era na sua idade.
 – Mas eu não posso fazer nada, com matemática! – Com um tom triste.
– Pode fazer magia. – Luram tentava consolar o irmão.
– Magia é proibida...
– É proibida, porque eles têm medo de que pessoas erradas aprendam. – Luram, cortou o irmão. – Eu não acredito que você seja a pessoa errada, Giovanni. Sorriu. – É melhor voltarmos, já vai escurecer e você sabe como o papai fica irritado, quando não chegamos cedo em casa. – Luram, finalizava a conversa.
 ☩
 Na pequena cabana dos Leviaant, à confusão se alojava. Como em todas as noites, o pai bêbado e cansado, brigava e espancava a mãe dos meninos. E como todas as noites, eles dormiam aos gritos de desespero daquela pobre mulher.
Manhã.
– Por que o papai briga tanto, com a mamãe? – Giovanni, como todas as crianças não conseguia compreender os adultos.
– Ele briga porque esta bêbado, e bebe porque o verão não esta sendo fácil. O calor esta destruindo as colheitas e o rio esta secando, com isso, temos poucos peixes e verduras. – Luram, tentava justificar as atitudes do homem velho. – Todos na aldeia estão irritados, hoje, nós estudaremos mais um pouco. Mas amanhã, eu vou subir o rio e tentar achar um bom lugar para pesca.
– E eu posso ir com você? – Os olhos da criança, já se enchiam de esperança.
– Não. Pode ser perigoso. – Cortou o mais velho. – Fique e estude. Se você quer ser um mago, precisa se esforçar ao máximo.
– E você quer ser um clérigo, também precisa estudar. – Retrucou o pequeno.
–Eu preciso estudar, ter fé e me fortalecer física, mental e espiritualmente. – Respondeu, como um ancião. – E se quero fortalecimento, subir o rio pra conseguir comida, será mais eficiente do que ficar preso dentro de um templo. O pequeno teve que concordar.

 Nos próximos anos, Giovanni e seu irmão se aprofundaram mais nos estudos. Luram, já havia sigo agraciado pelos deuses e já era capaz de conjurar alguns milagres. A magia também já abrirá caminho para Giovanni, que já era capaz de alguns truques arcanos. Era Outono, estação das chuvas. O rio estava cheio e em uma noite de tempestade, uma das casas fora tomada pela água. Luram foi junto com os outros adultos para ajudar a família que se afogava. Do telhado da casa dos Leviaant pode-se ver quando todos entraram e também o instante em que toda a estrutura da casa cedeu, sendo arrastada pelo rio...
Na manhã seguinte, só havia destruição. A maior parte dos trabalhadores do vilarejo, assim como seu maior herói, haviam sido carregados. Naquele mesmo dia, Giovanni desceu o rio, atrás de alguma pista, mas não conseguiu achar o corpo do seu irmão.
Já era noite, quando ele voltou para casa, mas apenas para encontrar o vilarejo sendo atacado pelos mercenários do Abutre. Ele sabia o que estava acontecendo, conhecia aquele tipo de gente, já havia lido sobre eles. De um arbusto próximo, ele assistiu à um massacre e esperou que os carrasco partissem, depois, reuniu alguns livros e fugiu para longe, ele nunca foi aceito naquele lugar, não sentia pela morte daquela gente, sua única dor, era perder seu herói. Sua única motivação era trazê-lo de volta.
Partiu para Wylla, O Reino da Magia.

Giovanni chegou a Wylla com 12 anos, e lá, ele era um camponês. Sentia-se um gênio em seu antigo lar, mas no novo reino, era apenas um leigo. Teve que se esforçar para se adequar aos modos do reino, teve que lutar para conseguir uma vaga, em uma das muitas escolas mágicas do reino. Mas tudo aquilo era um alivio, pois podia esvaziar a cabeça, não pensa tanto no seu irmão e começou a escrever, escrevia todas as noites.
Naqueles primeiros meses, seu único amigo, era um diário fantasioso, onde ele contava suas aventuras imaginarias e reais, porque ele estava em Wylla, e até mesmo um simples passeio no parque, se tornava um dia mágico, para aquela criança. Passou-se quatro anos de estudos jovem já se sentia um adulto, já dominava os números como ninguém, era o melhor aluno do colégio e se formou um ano antes de todos. Mas o fim do colégio só levou sua cabeça ao seu irmão, não poderia mais se distrair, e mesmo os cálculos mágicos e as histórias dos seus livros, já não eram o suficiente. Então, só havia algo a fazer, ser um aventureiro.
Giovanni voltou para Portsmouth, pois não tinha para onde ir. Mas após chegar, viu que era um erro. Em um reino sem magia, um mago não poderia ser um aventureiro, ele sabia que aquela seria uma má ideia desde o inicio, mas algo o trouxe aqui, talvez seu irmão estivesse envolvido. Mas ele sabia que isso seria impossível.

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