Uma silhueta pairava a certa
altura, para aqueles seres titânicos, ele estava a poucos metros, mas para
qualquer outro ser, era uma distancia inimaginável...
O homem
que flutuava, ostentava tatuagens tribais por todo o seu dorso nu, joias
variadas pendiam dos seus dedos e pescoço, seus longos cabelos trançados, multicoloridos,
caiam pelas suas costas, porem algumas tranças pareciam não se dobrar perante a
gravidade e flutuavam sem direção a sua volta. Um sorriso de lado, meio
psicótico, estava estampado em seus lábios e seus olhos transmitiam um misto de
prazer, fúria, arrogância e prepotência enquanto fitava o solo.
Logo a baixo,
um homem de armadura quase completa, faltando apenas o elmo, mantinha-se de pé,
sua postura era um equilÃbrio perfeito, nem relaxado demais, nem tensa demais,
seus longos cabelos negros emolduravam seu rosto austero, sem que nenhum fio se
desorganizasse, seus olhos, que fitavam o home que flutuava, demonstravam uma
determinação impar, um senso de justiça inimaginável e, bem no fundo, uma
alegria por aquele combate.
Mais
impressionante do que a figura do homem, era a espada larga que ele trazia em
sua mão direita, Seu cabo, lamina e adornos traziam uma beleza e ferocidade inigualável,
mas, de alguma forma, todo o seu design era de um equilÃbrio perfeito, com
igualdade em cada ponto da sua criação. Na mão esquerda do homem, um grande escudo
com a figura da espada e uma balança
completava a figura imponente.
A uma
certa distancia, uma senhora de idade e um guerreiro irritadiço observam o combate.
-
Desista Kally, você não pode vencer a Justiça! – Gritou o homem de armadura.
- Não
existe justiça sem poder Khal ! – Pronuncia Kallyandranoch após uma gargalhada –
Sem poder, você não faz justiça!
Ao
dizer isso, Kallyandranoch abre sua mandÃbula mostrando seus dentes
serrilhados, as veias de seu pescoço crescem e pulsam, surgindo assim, do fundo
da sua garganta, uma baforada multicolorida formada por todos os elementos da
criação, tão poderosa que poderia destruir mundos.
Antes da
rajada acerta Khalmyr, ele posiciona sua perna direita um pouco para trás,
flexiona os joelhos e levanta o escudo, seu corpo é envolto pela energia que
causa uma explosão inimaginável, um clarão descomunal e levanta uma fumaça em
forma de cogumelo.
- O que
você faz aqui Tanna-Toh? – diz o guerreiro irritadiço, enquanto fita o combate –
Pensei que você não gostasse de lutas?
- O
combate e a guerra também contem conhecimentos, não é Keen? – a voz serena de Tanna-Toh
alcançou com dificuldades o ouvido de Keen, por causa da explosão – E você não
gostaria de saber quem é mais forte?
- Não
me importo quem é mais forte, só quero ver um bom combate, faz mais de 4 bilhões
de anos que não vejo deuses se digladiando. – Diz Keen.
Antes do
fim da baforada de Kally, Khalmyr salta por dentro da mesma, surgindo à frente
de seu oponente, ele levanta Rhumnam e golpeia de cima para baixo, enquanto a
espada desce, ela deixa um corte na realidade. Kally move-se para a esquerda no ultimo
segundo, desviando do golpe, mas perdendo uma de suas tranças, usando a energia
do movimento, ele gira seu corpo golpeando Khalmyr no rosto com suas garras.
Khalmyr consegue afastar o rosto e recebe apenas um arranhão, mas Kally
continua o giro e acerta um chute em cheio, no mesmo momento que Khalmyr o
golpeia com o escudo.
Os dois
saem voando até que se chocam com o chão, causando uma devastação no local onde
caem.
Khalmyr
levanta impecável, nenhum fio de cabelo fora do lugar, porem, 4 arranhões, simétricos,
deixam filetes de sangue escorrendo por sua bochecha.
- Essa
batalha nunca vai ter fim. – Diz o deus da justiça enquanto os arranhões desaparecem.
– Nossos poderes são equivalentes.
Kally
levanta com um filete de sangue escorrendo pelo canto da sua boca.
- O que
foi irmãozinho, tem medo de me enfrentar por toda a eternidade? – Kally limpou
o canto da boca cm as costas da mão.
- Não,
só acho desnecessário de combater irmão.
- Eu
tenho um conhecimento que pode solucionar isso. – Disse Tanna-Toh com brilho
nos olhos.
Os dois
deuses olharam para a senhora com espanto, não tinham percebido a presença dela
e de Keen, em seguida teletransportaram-se para próximo da deusa.
-
Oceano descobriu uma forma de moldar as Lagrimas de Lena e gerar seres vivos,
estes seres passaram a venerar o Oceano, criando até um nome para nos definir,
Deuses! – A empolgação era facilmente captada na voz de Tanna-Toh.
- Isso
não importa Tanna-Toh, conte como podemos resolver nossa disputa? – Disse Kallyandranoch
rispidamente.
- Calma
jovem, é isso que estou fazendo. – Tanna-Toh fitou Kally com um olhar de
reprovação que vemos em professores que repreendem um aluno. –Estes seres
passaram a venerar o Oceano e isto tem dando mais poder a ele, talvez por eles
terem um pouco da essência de Lena em cada um.
Os olhos
de Kally brilharam com todas as cores.
- É
assim que conseguirei mais poder que você Khal, vou criar uma raça perfeita,
tão poderosa que será invencÃvel! – Ao dizer isso, Kallyandranoch desaparece.
- A justiça
esta acima desses seres vivos Tanna-Toh, é um dom que eu vou oferecer a toda criação,
todos os seres vivos, de todas as raças, que venerarem a justiça estarão me
venerando. – Disse Khalmyr enquanto desaparecia.
- Allihanna
já começou a moldar suas vidas e tem se tornado cada vez mais poderosa, e você
Keen, o que vai fazer agora? – Disse Tanna-Toh virando-se para o deus da
Guerra.
- Se a
justiça pode ser levada a todos os seres vivos... eu irei levar a guerra! –
Keen também desapareceu enquanto gargalhava.
Sozinha
Tanna-Toh sorria, até que ela fala em voz alta.
- Você
tinha razão Nimb, dividir esse conhecimento com eles trouxe mais possibilidades
de aprendizado, agora estou curiosa, quem vai vencer? O que é mais forte,
justiça ou poder?
Um
jovem, de terno, chapéu coco e bengala, surge em frente à deusa do
conhecimento, sua postura é exemplar como a de Khalmyr, ele tira seu chapéu, curva-se
e recoloca o chapéu, faz isso dez vezes consecutivas depois fala com uma voz
fina, destorcida:
- Sim Tanna-Toh, tão caótico não?
Arriscamos tanto por uma simples richa, será que algum deus irá morrer com
isso? – Nimb se recompôs, sumiu e apareceu mais 10 vezes, depois deixou
Tanna-Toh, que fitava o horizonte com os olhos brilhando.
Autor: Lário Diniz
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